terça-feira, 26 de novembro de 2013

Parece um filme.

Assim como no assassinato de JFK, há 50 anos atrás, a história da fuga de Pizzolato, mensaleiro condenado, impressiona pela diversidade de teorias, todas dignas de roteiro de filmes policial. Elas revelam a existência de uma série de pistas falsas, que não poderiam ser implantadas exclusivamente pelo próprio fugitivo.

Todos já sabiam que ele já havia desaparecido há cerca de dois meses do Rio de Janeiro, onde morava com a mulher.

Somente após algumas horas do Supremo Tribunal Federal expedir o seu mandado de prisão, é que aparece a primeira informação do caso dando conta de que Pizzolato teria fugido para a Itália para não cumprir a pena que lhe foi imposta.

Por que esperar até o ultimo instante para fugir? Já que ele estaria decidido, por que não o teria feito antes?

A partir daí, várias outras teorias sobre a sua fuga começam a aparecer, cada qual levando em uma direção, mostrando uma real intenção de criar uma verdadeira cortina de fumaça ao redor do mensaleiro fujão.

A família, afirma que o foragido estaria na Itália, após deixar o Brasil pela cidade de Ponta Porã (MS) e ingressar no Paraguai por Pedro Juan Caballero. Outra hipótese, indica que Pizolato teria deixado o país através da cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, de onde teria seguido para a Argentina. De Buenos Aires teria viajado para a Europa com um documento supostamente emitido por um consulado italiano em substituição ao passaporte que lhe foi tomado pela justiça brasileira.

O consulato da Itália na Argentina nega que Pizzolato tenha solicitada a segunda via do passaporte ou conseguido algum documento que o substituísse.

O consulato da Italia no Paraguai também nega ter emitodo algum tipo de documento. Outra possibilidade aventada é que ele tenha viajado com um passaporte falsificado, conseguido com criminosos que atuam em território paraguaio.

Pelo seu lado, o governo italiano informou à polícia brasileira que não há registro da entrada de Henrique Pizzolato naquele país.

Mas a polícia federal brasileira, toda embananada, afirma que ele deixou o Brasil pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, usando um passaporte italiano. Assunto esse, cheio de erros e mistérios.

Como um homem sozinho poderia criar uma trama tão complexa?

Certo é que, segundo os investigadores, Pizzolato sabia muito do esquema que levou seus companheiros à prisão. Sabe-se através da imprensa que ele teria pressionado o PT a livra-lo da cadeia, ameaçando abrir o bico.

O seu silêncio interessa não apenas aos que eventualmente tenham participado diretamente do escândalo de corrupção, mas principalmente ao que escaparam ilesos da execração pública e da condenação do Supremo.

Pizzolato sabe demais sobre o escândalo do Mensalão do PT e um eventual depoimento seu poderia ser uma bomba que terminaria por ressoar na reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Comenta-se na imprensa que os dirigentes petistas não apenas sabiam como teriam ajudado nesta fuga, juntamente com um seguimento do governo federal, o qual era informado constantemente, pelo setor de inteligência, dos movimentos do mensaleiro.

Comenta-se que nada disso teria sido possível sem a conivência de autoridades federais, algumas interessadas no sumiço do ex-diretor do Banco do Brasil, que desde a CPI dos Correios é considerado um arquivo ambulante e altamente explosivo.

Existe também a possibilidade, para a Polícia Federal, que Pizzolato possa nem ter saído do Brasil.

Como nos grandes filmes policiais, e associando aos enredos já vistos e utilizados pelos envolvidos nesta trama, o desfecho desta história certamente poderá ter um final tórrido. Nos filmes da máfia, por exemplo, a pena para os traidores, ou para aqueles que ela acha que poderá vir a traí-la é sempre a mesma.

Enquanto Pizollato não reaparecer, sempre existe a possibilidade dele ainda estar no Brasil, descansando, quem sabe, tranquilamente na frialdade inorgânica da terra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça o seu comentário sobre o texto.